Stosiek | A libertação da natureza | E-Book | sack.de
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E-Book, Spanisch, 200 Seiten

Stosiek A libertação da natureza

Economia política e espiritual da relação entre ser humano e natureza aprendendo com os povos indígenas
1. Auflage 2022
ISBN: 978-3-7568-6709-7
Verlag: BoD - Books on Demand
Format: EPUB
Kopierschutz: 6 - ePub Watermark

Economia política e espiritual da relação entre ser humano e natureza aprendendo com os povos indígenas

E-Book, Spanisch, 200 Seiten

ISBN: 978-3-7568-6709-7
Verlag: BoD - Books on Demand
Format: EPUB
Kopierschutz: 6 - ePub Watermark



Este livro considera a natureza como sujeito e o mundo humano como parte da natureza. Desde tal pressuposto desenvolve uma nova economia política.

Daniel Stosiek creceu na Alemanha Oriental e viveu várias vezes na América do Sul.

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1. A natureza considerada como sujeito(s)
Se poderia argumentar que a tentativa de justificar ou fundamentar a ideia de que a natureza tem qualidade do subjetivo já relativiza e questiona a sua dignidade, de modo análogo como Adorno falou uma vez sobre o tema dos direitos humanos.1 Isto seria válido tanto perante os povos indígenas quanto as palavras de Leonardo Boff que fala do grito da natureza (Boff 2003, p. 52) e inclui a ecologia como tema essencial da teologia da libertação. Mas mesmo assim, estrategicamente vale a pena lutar com meios da ciência. Como Pierre Bourdieu escreveu: "Se você deseja triunfar sobre um matemático, é preciso fazê-lo matematicamente pela demonstração ou refutação. Evidentemente, há sempre a possibilidade de que o soldado romano corte a cabeça de um matemático, mas isso é um "erro de categoria", diriam os filósofos." (Bourdieu 2003, p. 32) 1.1. Falar da subjetividade sem ser ‘subjetivo’
Como se pode falar cientificamente da subjetividade? Ou seja, sem ser "subjetivo"? Não significa ser científico o mesmo que ser objetivo? Tanto, segundo a minha experiência cotidiana, quanto no que diz respeito às pesquisas realizadas na Alemanha, nos Países Baixos e Grã-Bretanha (Faber/Manstetten 2006 p. 126, Van den Born, De Groot, Lenders 2006), muitas pessoas, na vida do dia a dia, opinariam que evidentemente as plantas e animais têm alma ou mesmo espírito. Mas este assunto se torna mais complicado quando se trata das ciências tanto naturais quanto humanas e sociais. Nessas ciências, a natureza é geralmente vista como objeto enquanto só o ser humano tem a fama de ser sujeito. O geólogo russo Vladimir Ivanovich Vernadsky, em seu livro A Biosfera (1926), comparou a geosfera com a biosfera e a noosfera, sendo a última a esfera da vida do ser humano que se caracteriza pela ciência e o trabalho, sendo que estas três esferas formam parte de um só desenvolvimento, em que a biosfera é parte da geosfera, mas a mudou ao mesmo tempo, e a noosfera é parte da biosfera e consequentemente também da geosfera, transformando-as contudo. Na visão do autor, a noosfera, isto é a totalidade da humanidade, é um momento espontâneo e objetivo da geosfera. Mas é possível e necessário considerar uma coesão ou uma analogia entre ser humano e natureza não só em termos da objetividade, mas também da subjetividade. Na primeira das teses sobre Feuerbach, Karl Marx escreve: A principal insuficiência de todo o materialismo até os nossos dias -o de Feuerbach incluído - é que as coisas [der Gegenstand], a realidade, o mundo sensível são tomados apenas sobre a forma do objecto [des Objekts] ou da contemplação [Anschauung]; mas não como atividade sensível humana, práxis, não subjetivamente. O que Marx pensou no tocante à sociedade humana, eu vou considerando também em relação ao conjunto da relação entre ser humano e natureza. Primeiro quero esboçar alguns critérios mínimos ou básicos do significado de subjetividade, para depois descrever alguns argumentos a favor, para poder considerar a natureza como sujeito(s). 1.2. Critérios da subjetividade
A subjetividade, sendo ela uma realidade interior, implica: a) a vulnerabilidade e a capacidade de sentir alegria e dor [aspecto passivo], b) a intencionalidade, isto significa, ainda que seja rudimentar, poder atuar com propósito [aspecto ativo]. Vistos os aspectos ativo e passivo juntos, a subjetividade resulta ser passional. c) A subjetividade implica ainda um sentido de temporalidade, isto é poder aprender, obter memória e ter a habilidade de espelhação-em-adiante (em alemã: vorauseilende Widerspiegelung [Jantzen 2007]) da realidade, em outras palavras formar uma expectativa sobre o futuro provável. Significa desenvolver uma ideia interna sobre o mundo, uma imaginação antecipada sobre o futuro. Por exemplo, a habilidade de espelhação-em-adiante da realidade, que sempre vai junto com a memória –e seja ela rudimentária –, já acontece, quando uma bactéria segue um gradiente de quantidade crescente de uma substância nutritiva (açucar, o qual para ela significa alimento [Jantzen 2015, p. 232]). Isto implica, por conseguinte, uma noção de temporalidade irreversível, em que se distingue entre passado e futuro. Além disso, para falar de subjetividade razoavelmente e sem se tornar "subjetivo" no mal sentido da palavra, se precisa d) da alteridade, da relação com a subjetividade do outro/da outra, e) e do plural, então das subjetividades em diversidade. 1.3. Argumentos a favor da subjetividade da natureza
em termos de alteridade
Segundo Lev Vigotsky, é necessário investigar cientificamente a subjetividade além da introspecção, por conseguinte a subjetividade de outros sujeitos, como por exemplo na psicologia de crianças, feita por adultos, que nunca poderão experimentar o que uma criança vivenciou, ou como os historiadores e geólogos pesquisam épocas do passado, as quais já não podem ser experimentadas por ninguém, mas que sim podem ser investigadas razoavelmente por meio de pegadas e influências (Vygotskij 2003, p. 136). Heinz von Förster mostra como eu poderia imaginar que fosse o único sujeito no universo e tudo o que me aparece fosse a minha imaginação; mas que as outras aparências que são similares à minha aparência, tornam razoável supor que se trate de outros sujeitos cujo interior seja parecido, mas não idêntico com o meu interior. (Foerster 2003, p. 4). Isto, o ato de supor uma interioridade do outro que seja semelhante mas não idêntico com o meu interior, significa alteridade. O que Heinz von Förster deixa pensar no que diz respeito a outros seres humanos, se pode aplicar também a outros seres vivos. Todos os seres vivos têm certa similitude nas suas aparências comparadas com a minha aparência, ainda que em dimensões diversas, e isto aponta para pensar na alteridade dos outros seres da natureza. A afirmação de Descartes, cogito ergo sum (penso, logo existo), constitui segundo Habermas uma análisis de pre-suposição (Habermas 1991, 1992), em que o fato de eu pensar –o que sei por que é evidente para mim, ou seja sou testemunha disso, – presupõe que existo como sujeito. Ou seja, a aparência (aparição) do fato que eu experimento algo, mostra a essência da minha existência. Mas se pode realizar uma análisis de pre-suposição análoga sobre a alteridade. Logo que me (a)parece que outro sujeito, seja outro ser humano ou outro ser vivo, pense ou viva ou perceba algo, ou que algo lhe (a)pareça a ele/ela, também posso presumir que o outro pense ou perceba, então que ele ou ela (ou o ser vivo) exista como sujeito. Neste sentido, Vygotsky cita Friedrich Engels3 o qual mencionou que as formigas têm a capacidade de “ver” raios químicos onde Engels acrescentou que quem quer que lamente que nunca poderá saber como a formiga vivencia isto, tal pessoa está perdida. Mas este ponto que soa como uma piada, indica o ponto mais interessante: se a formiga tem a capacidade de “ver” algo que eu não consigo ver, tem que existir uma subjetividade outra. Segundo Hans Heinz-Holz, Marx e Engels estenderam o conceito individualista de Descartes para a área social: Na práxis e na comunicação social, a primeira evidência de consciência já acontece na área social. (Holz 1983, 22ss) Este argumento pressupõe que a relação entre os seres humanos é de carater não só de sujeito-objeto, mas também da qualidade de relação entre sujeito e sujeito, por que numa relação eu-tu, “eu” vejo “tu”, sou testemunha de “tu”. E num conjunto de seres humanos que oscila entre comunidade e sociedade, em outras palavras onde as relações oscilam entre o caráter de sujeito-sujeito e o de sujeito-objeto, ou em ainda outras palavras entre espiritualidade (sentido social, ressonância) e economia no sentido de ‘heterotrofia’, a consciência –e junto com esta, a base de conhecimento – se desenvolve em primero lugar de maneira social. Suponho que a base da consciência é ainda mais ampla, que também a relação...



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