E-Book, Portuguese, 207 Seiten
ISBN: 978-85-352-7971-9
Verlag: Elsevier Health Care - Major Reference Works
Format: PDF
Kopierschutz: Adobe DRM (»Systemvoraussetzungen)
Autoren/Hrsg.
Weitere Infos & Material
1;Capa;1
2;Folha de rosto;2
3;Copyright;3
4;Sumário;7
5;Tradução e Revisão Científica;4
6;Prefácio;5
7;Parte I: O Básico: Os princípios de registro, geração de relatório e interpretação do ECG;8
7.1;1. De que trata o ECG;10
7.1.1;O QUE ESPERAR DO ECG;10
7.1.2;ATIVIDADE ELÉTRICA DO CORAÇÃO;11
7.1.3;AS DIFERENTES PARTES DO ECG;11
7.1.4;O ECG – IMAGENS ELÉTRICAS;16
7.1.5;MORFOLOGIA DO COMPLEXO QRS;18
7.1.6;REALIZANDO UM REGISTRO – PONTOS PRÁTICOS;26
7.1.7;COMO FAZER UM LAUDOEL ETROCARDIOGRÁFICO;39
7.2;2. Condução e seusproblemas;43
7.2.1;PROBLEMAS DE CONDUÇÃO NO NÓ AV E FEIXE DE HIS;44
7.2.2;PROBLEMAS DE CONDUÇÃO NOS RAMOS DIREITO E ESQUERDO – BLOQUEIO DE RAMO;50
7.2.3;PROBLEMAS DE CONDUÇÃO NAS PARTES DISTAIS DO RAMO ESQUERDO;56
7.2.4;O QUE FAZER;61
7.3;3. O ritmo do coração;63
7.3.1;AUTOMATISMO INTRÍNSECO DO CORAÇÃO;64
7.3.2;RITMOS ANORMAIS;65
7.3.3;BRADICARDIAS – OS RITMOS LENTOS;67
7.3.4;EXTRASSÍSTOLES;70
7.3.5;TAQUICARDIAS – OS RITMOS RÁPIDOS;73
7.3.6;FIBRILAÇÃO;83
7.3.7;SÍNDROME DE WOLFF-PARKINSON-WHITE (WPW);86
7.3.8;ORIGENS DAS TAQUICARDIAS;88
7.3.9;O QUE FAZER;89
7.3.10;IDENTIFICAÇÃO DE ANORMALIDADES DO RITMO;90
7.4;4. Anormalidades das ondas P, complexos QRS e ondas T;92
7.4.1;ANORMALIDADES DA ONDA P;93
7.4.2;ANORMALIDADES DO COMPLEXO QRS;94
7.4.3;ANORMALIDADES DO SEGMENTO ST;103
7.4.4;ANORMALIDADES DA ONDA T;105
7.4.5;OUTRAS ANORMALIDADES DO SEGMENTO ST E DA ONDA T;108
8;Parte II: Aproveitando o ECG ao máximo: A interpretação clínica dos ECGs individuais;110
8.1;5. O ECG em indivíduos saudáveis;112
8.1.1;RITMO CARDÍACO NORMAL;112
8.1.2;ONDA P;119
8.1.3;CONDUÇÃO;119
8.1.4;COMPLEXO QRS;123
8.1.5;SEGMENTO ST;129
8.1.6;ONDA T;131
8.1.7;ONDAS U;132
8.1.8;ECG EM ATLETAS;132
8.2;6. O ECG em pacientes com dor no peito ou falta de ar;135
8.2.1;O ECG EM PACIENTES COM DOR NO PEITO CONSTANTE;136
8.2.2;O ECG EM PACIENTES COM DOR NO PEITO INTERMITENTE;151
8.2.3;O ECG EM PACIENTES COM FALTA DE AR;154
8.3;7. O ECG em pacientes com palpitações ou síncope;158
8.3.1;O ECG QUANDO O PACIENTE TEM SINTOMAS;171
8.3.2;MARCA-PASSOS;176
8.3.3;PARADA CARDÍACA;180
8.4;8. Agora, faça uma autoavaliação;181
8.4.1;ECGS COM CENÁRIOS CLÍNICOS;186
8.4.2;DESCRIÇÕES E INTERPRETAÇÕES DOS ECGS;192
9;Índice remissivo;201
1 De que trata o ECG
O que esperar do ECG Atividade elétrica do coração As diferentes partes do ECG O ECG – imagens elétricas Morfologia do complexo QRS Realizando um registro – pontos práticos Como fazer um laudo eletrocardiográfico “ECG” quer dizer eletrocardiograma ou eletrocardiografia. Em alguns países, utiliza-se a abreviatura “EKG”. Lembre-se: • No momento em que terminar este livro, você será capaz de compreender o significado destas palavras: “O ECG é fácil de entender”. • A maioria das anormalidades é explicada racionalmente. O QUE ESPERAR DO ECG
Os diagnósticos clínicos dependem principalmente da história clínica e, em menor grau, do exame físico do paciente. O ECG pode fornecer evidências que sustentem um diagnóstico, e em alguns casos isso é crucial para o tratamento. É importante considerar o ECG uma ferramenta, e não um fim em si mesmo. O ECG é essencial para o diagnóstico e, portanto, para o gerenciamento de ritmos cardíacos anormais. Ele ajuda com o diagnóstico da causa da dor no peito, e o uso adequado da intervenção precoce no infarto do miocárdio depende dele. É possível ajudar no diagnóstico da causa de tontura, síncope e falta de ar. Com a prática, interpretar um ECG é uma questão de reconhecimento de padrão. No entanto, o ECG pode ser analisado a partir dos primeiros princípios se algumas regras simples e fatos básicos forem lembrados. Este capítulo trata dessas regras e fatos. ATIVIDADE ELÉTRICA DO CORAÇÃO
A contração de qualquer músculo origina mudanças elétricas chamadas de “despolarização”, e essas mudanças podem ser registradas através de eletrodos colocados na superfície corporal. Uma vez que toda contração muscular será registrada, as alterações elétricas associadas à contração do músculo cardíaco apenas serão claras se o paciente estiver completamente relaxado e sem contração de algum músculo esquelético. Embora o coração apresente quatro câmaras, do ponto de vista elétrico pode-se pensar em apenas duas, pois as duas câmaras atriais se contraem juntas (“despolarização”) e, em seguida, os dois ventrículos se contraem em conjunto. SEQUÊNCIA DA DESPOLARIZAÇÃO ELÉTRICA DO CORAÇÃO
A descarga elétrica de cada ciclo cardíaco normalmente começa em uma área localizada na parte alta do átrio direito denominada “nó sinoatrial” (SA) (Fig. 1.1). A seguir, a despolarização espalha-se pelas fibras do músculo atrial. Existe um atraso enquanto a despolarização se espalha por outra área especial no átrio, o “nó atrioventricular” (também chamado de “nó AV” ou, às vezes, apenas de “o nó”). Depois disso, a onda de despolarização viaja muito rapidamente através de um tecido de condução especializado, o “feixe de His”, que se divide no septo entre os ventrículos em ramos direito e esquerdo. O ramo esquerdo se divide em dois. Dentro da massa de músculo ventricular, a condução se espalha um pouco mais devagar, através de um tecido especializado chamado “fibras de Purkinje”.
Fig. 1.1 Diagrama do sistema de condução do coração RITMO CARDÍACO
Como veremos mais adiante, a ativação elétrica normal do coração pode, algumas vezes, começar em outros locais que não o nó SA. A palavra “ritmo” é usada para fazer referência à parte do coração que está controlando a sequência de ativação. O ritmo cardíaco normal, com a ativação elétrica começando no nó SA, é chamado de “ritmo sinusal”. AS DIFERENTES PARTES DO ECG
A massa muscular dos átrios é pequena se comparada com a dos ventrículos. Consequentemente, as mudanças elétricas que acompanham a contração dos átrios são pequenas. A contração dos átrios está representada pela onda “P” do ECG (Fig. 1.2). Como a massa ventricular é grande, ocasiona um conjunto de deflexões no ECG conhecido como complexo “QRS”. A onda “T” do ECG representa o retorno da massa ventricular ao estado elétrico de repouso (“repolarização”).
Fig. 1.2 Forma do ECG normal, incluindo a onda U As letras P, Q, R, S e T foram selecionadas no começo da eletrocardiografia de maneira arbitrária. As deflexões P, Q, R, S e T são todas chamadas de ondas; as ondas Q, R e S formam um complexo; e o intervalo entre a onda S e o começo da onda T é chamado de “segmento” ST. Em alguns ECGs, pode-se observar uma onda extra depois da onda T, denominada onda U. Sua origem é incerta, podendo representar a repolarização dos músculos papilares. Se uma onda U seguir uma onda T com forma normal, ela poderá ser considerada normal. Observando-se a continuação de uma onda T aplanada, pode ser patológica (Capítulo 4). As diferentes partes do complexo QRS são rotuladas como mostrado na Figura 1.3. Se a primeira deflexão for descendente, será denominada onda Q (Fig. 1.3a). Uma deflexão positiva denomina-se onda R, independentemente de estar ou não precedida por uma onda Q (Fig. 1.3b). Qualquer deflexão abaixo da base de referência seguindo uma onda R é chamada de onda S, não importando se existe uma onda Q anterior (Fig. 1.3d).
Fig. 1.3 Partes do complexo QRS
(a) onda Q
(b, c) ondas R
(d, e) ondas S TEMPOS E VELOCIDADES
Os aparelhos de ECG registram as alterações na atividade elétrica mediante um traçado desenhado em uma tira de papel que corre a uma velocidade constante de 25 mm/s. Utiliza-se um papel quadriculado com quadrados grandes e pequenos de tamanhos padronizados. Cada quadrado grande (5 mm) representa 0,2 segundo (s), ou seja, 200 milésimos de segundos (ms) (Fig. 1.4), portanto, há cinco quadrados grandes por segundo e 300 por minuto. Então, um evento de ECG, como um complexo QRS, que esteja ocorrendo uma vez por quadrado grande estará ocorrendo em uma frequência de 300 bpm. A frequência cardíaca pode ser calculada rapidamente lembrando-se da sequência na Tabela 1.1. Tabela 1.1 Relação entre o número de quadrados grandes existentes entre duas ondas R sucessivas e a frequência cardíaca Intervalo R-R (quadrados grandes) Frequência cardíaca (bpm) 1 300 2 150 3 100 4 75 5 60 6 50
Fig. 1.4 Relação entre os quadrados no papel do ECG e o tempo. Aqui se apresenta um complexo QRS por segundo; sendo assim, a frequência cardíaca é de 60 bpm Assim como a distância entre as ondas R determina a frequência cardíaca, a distância entre as diferentes partes do complexo P–QRS–T revela o tempo que o estímulo leva para percorrer as diversas partes do coração. O intervalo PR é medido do começo da onda P até o começo do complexo QRS e é o tempo levado para a excitação se espalhar do nó SA, através do músculo atrial, até o nó AV, pelo feixe de His e para dentro do músculo ventricular. Logicamente, ele deveria ser chamado de intervalo PQ, mas o uso comum é...